quinta-feira, 29 de maio de 2008

Amazônia em foco II

Há aproximadamente um mês publiquei neste blog uma notícia sobre a Amazônia, que abordava a proposta de uma lei de vigilância sobre as pessoas que transitam por lá. Agora, a Amazônia entra mais uma vez em pauta. Na semana passada, uma reportagem divulgada pelo respeitado jornal norte-americano, The New York Times, provocou polêmica e grande repercussão nacional. A matéria intitulada “De quem é a Amazônia, afinal?”, sugere que o território amazônico é patrimônio internacional, e não apenas brasileiro.
A reportagem, repleta de tiradas irônicas, inicia dizendo que o Brasil, há muito tempo, tem olhado atenta e nervosamente (!!) para o território vasto e em sua maioria desabitado, que é a Floresta Amazônica. A matéria diz que desde os anos 60 e 70, a colonização da Amazônia é vista como uma prioridade de segurança nacional e que o nosso lema é “Ocupar para não entregar”. Desta forma, cita que construímos estradas e recebemos incentivos para transformar a Amazônia em nome do desenvolvimento. Ok. Isto é verdade. Mas para o periódico, existe muito mais escondido por trás do nosso nervosismo (como gostam de classificar a nossa atenção pela Amazônia), do que apenas uma teoria da conspiração.
Um trecho, talvez o mais absurdo da reportagem, afirma que com as promessas de biodiversidade e perigos do aquecimento global, “um coro de líderes internacionais está declarando a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território”. Para piorar, é citada uma declaração feita pelo famoso ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Al Gore, em 1989, na qual ele diz que ao contrário do que nós brasileiros pensamos, a Amazônia não é nossa propriedade, e sim pertence a todos. Será que os americanos não vão parar de insistir nesta história? E que tantos “líderes internacionais” são esses que clamam pela Amazônia? Se não me engano, até hoje esta discussão foi sempre suscitada por nossos amigos yankees. Pelo menos a matéria revela que tais comentários acima citados não são bem vistos por aqui.
Procurando ainda mais argumentos para sustentar sua teoria, o New York Times, declara que não estamos protegendo bem a Amazônia, o que poderia ser constatado através das notícias de desmatamento que são publicadas e que somos extremamente sensíveis a cientistas estrangeiros trabalhando na Amazônia; e acrescenta que todo o debate em torno desta questão apenas reflete a oposição entre nossos direitos de soberania e o patrimônio mundial (!!).
A reportagem cita a imensa importância da floresta equatorial para o clima mundial, mas tenta jogar uma imensa culpa em nós, dizendo que as queimadas e decomposições das árvores cortadas por causa do desenvolvimento são responsáveis por quase metade da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Tudo bem, sabemos que devemos tomar mais cuidado com as explorações ilegais e excessivas da Amazônia, mas será que eles sabem que são os maiores poluidores de todo o planeta?
Em fim, a reportagem continua desesperadamente tentando convencer seu leitor de que a Amazônia é patrimônio global e que nós somos totalmente incapazes de cuidar dela. A notícia sofreu tamanha repercussão, que o Presidente Lula, se manifestou. “‘A Amazônia brasileira tem dono’”, disse em discurso, e acrescentou: “... ‘engraçado’ que países responsáveis por 70% dos poluentes jogados na atmosfera estejam de olho na Amazônia, como se somente o Brasil fosse responsável por conter a degradação ambiental”. É isso aí, companheiro.
Fonte: The New York Times
Portal G1 - Globo.com
Imagem: The New York Times

Um comentário:

Camila Queiroz disse...

colegaaa!!! aprendeu a botar o relogio hein? adorei o titulo :)
Aeeeee atualizou! :D
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