sábado, 28 de junho de 2008

Lembrada internacionalmente

A morte da ex-primeira dama Ruth Cardoso, esta semana, foi bastante noticiada e comentada na mídia internacional. A rede de notícias britânica, BBC News, divulgou o acontecimento sob o título “Ex-primeira dama brasileira morre”. A notícia comenta que muitos tributos têm sido prestados para Ruth Cardoso, esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que faleceu aos 77 anos.
A rede BC News comete algumas falhas ao não evidenciar que a morte de Ruth Cardoso aconteceu nesta última terça-feira, e ao não explicar as causas do falecimento. A rede apenas publica que Ruth Cardoso faleceu em casa, após ter sido liberada do hospital, onde fazia tratamento para dores no peito.
A notícia refere-se à ex-primeira dama sempre como Senhora Cardoso, e comenta que Ruth Cardoso foi bastante notada pelo trabalho que sempre realizou com as pessoas mais pobres. A publicação ainda relata os diversos tributos prestados à ex-primeira dama, como o dos seus colegas acadêmicos, que elogiaram ser trabalho como antropologista: “[...] ela (Ruth Cardoso) foi uma das primeiras pessoas que iniciaram os estudos nas favelas e demais comunidades pobres”.
Em depoimento oficial, o Presidente Lula, afirmou que a morte da Sra. Ruth Cardoso é uma grande perda para todos. A notícia acrescenta que Ruth Cardoso foi professora de diversas universidades latino-americanas e dos Estados Unidos, além de escritora de diversos livros.
A rede de notícias também destaca o trabalho realizado por Ruth Cardoso na Comunidade Solidária. A ex-primeira dama foi a fundadora deste projeto, que tem o objetivo de unir companhias privadas e públicas para combater a pobreza no Brasil, país que, conclui a notícia, tem altos níveis de desigualdade.
É bom saber que a Sra. Ruth Cardoso e seu legado são também reconhecidos internacionalmente.

Fonte: BBC News


Foto: BBC News

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ótima aposta

A agência de notícias Reuters divulgou hoje uma notícia bastante positiva para o Brasil. Segundo a notícia, um executivo da CAAM (Credit Agricole Asset Management) afirmou que “investidores apostando na América Latina devem prestar atenção no Brasil, a economia auge da região”.
Intitulada “CAAM diz que Brasil é a aposta da América Latina”, a notícia também traz declarações de especialistas, que dizem que investidores também devem ficar atentos para o nosso setor energético e para nossas firmas de telecomunicações. A notícia ressalta que o índice brasileiro da Bovespa atingiu recordes no mês passado, o que elevou o status dos nossos créditos para um patamar de mais desejado investimento. Para especialistas esse novo status trará benefícios para a economia brasileira, ao reduzir futuramente os custos do capital em uma base mais sustentável; o que atrai mais investimentos para o país já que os riscos se tornam baixos, tudo isso convergindo pra um potencial crescimento.
Em contraste, os especialistas dizem que a mais madura economia chilena carece desse “dinamismo econômico” brasileiro, e não se mostram muito confiantes na Argentina devido à alta inflação e às políticas intervencionistas.
Notícias como essa, sobre a positiva repercussão da economia brasileira no exterior, são sempre bem-vindas.
Fonte: Reuters
Foto: Reuters

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Reinado ameaçado

O jornal britânico The Guardian publicou ontem uma considerável reportagem criticando a atuação do atual técnico da Seleção Brasileira, Dunga. Sob o título “Brasil pronto para derrubar o burro paralisado” (esta foi a melhor tradução que encontrei), a matéria afirma que os pobres resultados e o tedioso futebol da seleção nos últimos jogos têm deixado Dunga em maus lençóis.
A crítica e irônica reportagem inicia da seguinte forma: “ Jumento é a tradução em português para ‘donkey’ (burro em inglês). É uma palavra raramente ouvida nos estádios brasileiros, mas 298 minutos sem um único gol foi simplesmente demais para os 50 mil torcedores brasileiros, que gritaram tal palavra em direção a Dunga, durante os fraco empate com a Argentina no jogo de quarta-feira”.
A matéria comenta que o Brasil está em quinto na classificação para a Copa do Mundo de 2010 e que teria que suportar um jogo de desempate para terminar agora; e ainda acrescenta que as derrotas para a Venezuela e para o “amigável” Paraguai, e o primeiro clássico sem gols contra a Argentina, em 22 anos, deixaram Dunga perto da demissão.
A publicação acha curioso que ao mesmo tempo em que vivemos esse turbilhão de decepções, temos seis de nossos experts representando países europeus extremamente bem. Segundo a reportagem os problemas de Dunga não se acumularam devido apenas aos péssimos resultados, mesmo que também não tenham ajudado a situação. O fato da seleção não estar jogando um futebol atrativo, as críticas constantes dos torcedores, e as contusões de Ronaldinho e Kaká (que também não se animam pelo técnico), também não ajudaram as coisas. “A contagem regressiva começou”, anuncia a publicação.
De acordo com o jornal britânico, o reinado de Dunga está causando problemas que a seleção não tinha desde 2001, e os seus dias de trabalho estão chegando ao fim. O assessor de imprensa da Federação Brasileira teria inclusive deixado vazar que “poucos pessoas suportam Dunga ou seu estilo, e que a paciência está se esgotando”.
A publicação comenta que os próprios jogadores começam a se manifestar contra o técnico, e a “influente” TV Globo se recusa a aceitar as restrições impostas por Dunga nas entrevistas com os jogadores, e conclui dizendo que “Dunga agora se vê nadando contra a maré”. Segundo a reportagem, Dunga tem uma última chance: as Olimpíadas. Apesar de os jogos olímpicos não serem muito estimados na Europa, eles são de genuína importância para o Brasil, afinal este é o único grande troféu que nunca ganhamos. O jornal afirma que se os jogadores alcançassem tal feito este ano, serão considerados heróis nacionais.
Para o jornal britânico, a seleção brasileira necessita de uma liderança; um homem para ser respeitado, e sugere que outros técnicos como Luxemburgo e Scolari seriam a solução. A reportagem termina dizendo que “depois de ver 50 mil torcedores brasileiros aplaudindo o jogador argentino Lionel Messi, quando substituído na quarta-feira, Dunga deveria saber agora, se não sabia antes, que brasileiros gostam de ver futebol. Autêntico futebol”. Pois é. Dunga que se cuide agora.

Fonte: The Guardian
Foto: The Guardian

sábado, 21 de junho de 2008

Brasil em pauta

Esta semana o Brasil tem aparecido em diversas notícias publicadas pelo jornal espanhol El País. Além do artigo comentado no post passado, ontem o periódico divulgou uma notícia sobre a redução da taxa máxima de álcool permitida ao volante pelo governo brasileiro, e hoje divulgou uma reportagem sobre a recepção do príncipe herdeiro do trono japonês aqui no Brasil.
A notícia divulgada ontem, sob o título “Brasil reduz a zero a taxa máxima de álcool ao volante”, comenta que desde a última quinta-feira, a taxa de álcool permitida aos motoristas caiu de 0,6 gramas por litro de sangue, para 0,0. O presidente Lula sancionou uma lei que ao mesmo tempo em que se proíbe dirigir a qualquer nível de álcool, endurecem-se os castigos por embriaguez durante a condução. O jornal espanhol comentou que a multa passa a ser de 955 reais, cerca de 385 euros, e a infração é considerada “gravíssima”, acarretando na suspensão da permissão para dirigir durante um ano.
Segundo a notícia, outra novidade proposta pela nova lei é a obrigatoriedade de submeter-se à prova do bafômetro, que antes era optativo, e a proibição da venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos situados nas estradas. Os estabelecimentos que descumprirem a lei serão multados em 1.500 reais. De acordo com o jornal, tais medidas tomadas pelo governo brasileiro são conseqüências de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça, na qual foi registrado que 80% das vítimas de acidentes de tráfego apresentavam vestígios de álcool no sangue.
Já a outra notícia divulgada hoje pelo El País, aborda as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil. Intitulada “Brasil acolhe com grande festa o príncipe herdeiro japonês Nahurito”, a notícia comenta a recepção de Nahurito em clima festa, durante sua visita ao Bairro da Liberdade em São Paulo, que congrega um milhão de imigrantes de descentes da Ásia Oriental, em sua maioria japoneses. O periódico narra os diversos acontecimentos e comemorações que estão ocorrendo não só em São Paulo, como no resto do país, como por exemplo, a visita do futuro príncipe ao Pavilhão Japonês no Parque do Ibirapuera, na qual foi recebido com cânticos e bandeirinhas do Brasil e Japão.
A notícia ainda cita o encontro que Nahurito teve com estudantes de direito da Universidade Estadual de São Paulo (USP), na qual falou um português perfeito segundo o jornal. A reportagem ainda comenta que o Brasil tem a maior colônia japonesa do mundo, a maioria concentrada em São Paulo, onde se calcula, vive um milhão de japoneses e descendentes das primeiras e segundas gerações.
Ultimamente tenho tido dificuldades para encontrar notícias interessantes sobre o Brasil nos meios internacionais; em sua grande maioria as publicações apenas abordam a Amazônia e o futebol. Achei interessante que o El País tenha publicado tantas notícias sobre o que anda acontecendo aqui no Brasil.
Fonte: El País
Imagem: El País

sexta-feira, 20 de junho de 2008

País sério

O jornal espanhol “El País” publicou um artigo ontem, no qual afirma que o Brasil “está começando a se comportar como um país sério”. Escrita pelo editor da seção das Américas do jornal “The Economist”, Michael Reid, e intitulado “Já é amanhã no Brasil”, o texto aborda a política econômica do país nos últimos 15 anos e comenta que o nosso progresso foi baseado em “consensos democráticos, investimento privado e controle da inflação”.
De acordo com o artigo “diferentemente da Argentina, o Brasil não está permitindo que a inflação ponha em risco a estabilidade econômica”. Segundo Reid, nosso “progresso” teria começado na década de 90, com a implementação do Plano Real, que marcou o início da abertura econômica do país. Reid ainda afirma que para a surpresa de alguns, Lula resolveu dar continuidade aos êxitos de Fernando Henrique Cardoso no campo econômico e para ilustrar, comenta um discurso feito pelo presidente Lula durante uma conferência da revista “The Economist” em Brasília, no qual afirmou que sua fórmula política consiste em ser “conservador e audaz na política social”. Para o jornalista “esta fórmula está rendendo frutos”.
O artigo finaliza abordando o crescimento econômico registrado no ano passado pelo Brasil de 5,5%, devido o fortalecimento das reservas e das contas públicas e pelo investimento estrangeiro “que alcança níveis sem precedentes”, acrescenta. Reid conclui dizendo que mesmo com nossos múltiplos defeitos, em muitos sentidos, estamos começando a nos comportar como um país sério.
Achei bastante interessante o artigo publicado pelo periódico espanhol devido à análise que traz sobre a situação atual brasileira, principalmente no campo econômico. Neste caso não considero que a expressão “o Brasil começa a ser um país sério” transmite alguma idéia negativa ou pejorativa, porém faço uma pergunta: será que só agora estamos nos tornando um país sério, ou só agora os outros estão nos levando a sério?

Fonte: El País
Imagem:http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://ocomprimido.tdvproducoes.com/wp-

terça-feira, 17 de junho de 2008

Derrota e expectativas

A derrota brasileira para o time paraguaio no jogo deste último domingo teve enorme repercussão internacional. A atuação da seleção brasileira de futebol foi extremamente criticada, e existem muitas expectativas com relação ao jogo de amanhã contra a Argentina pela classificação na Copa do Mundo.
Sob o título “Paraguai, com dez jogadores, humilha Brasil”, a rede de notícias americana CNN comenta que o time paraguaio chocou o Brasil com o placar de 2 x 0, e acrescenta que esta foi a quarta vitória do Paraguai nos últimos oito jogos contra o Brasil. A CNN enfatiza que o resultado da partida deste domingo não é um bom presságio para a seleção brasileira na “colisão” (termo utilizado pela notícia) contra seu principal rival, a Argentina.
O jornal argentino O Clarín, por sua vez, publicou uma notícia cautelosa e irônica, na qual alerta para cuidados que devem ser tomados pelo time argentino na partida contra o Brasil. Intitulada “Brasil está ferido e pode ser perigoso”, a sarcástica notícia diz que “o selecionado, o pentacampeão, se sente encurralado, com uma lupa na cabeça [...]. Porém, está claro, quando um leão está ferido, tocado em seu orgulho, pode ser perigoso”.
Desejo uma boa sorte para a seleção neste jogo de amanhã. Vamos calar as pessimistas expectativas e fazer jus a nossa fama de “leão”!

Fonte: CNN
O Clarín

domingo, 15 de junho de 2008

Ousada Investida

O roubo de duas obras de arte do famoso pintor Pablo Picasso, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi notícia em diversos veículos internacionais neste fim de semana. O site da rede de notícias ABC News, considerou o assalto um “atrevido arrombamento” e chamou atenção para o fato de que o museu não tem seguro sobre as obras de arte.
O roubo aconteceu pouco antes do amanhecer desta última quinta-feira. Os três ladrões, armados com nada mais nada menos do que um pé de cabra e uma barra de ferro, levaram apenas três minutos para entrar no museu e roubar as duas obras de Picasso; "Portrait of Suzanne Bloch”, e “O Lavrador de Café”.
Ainda segundo a notícia divulgada pela ABC News, nenhuma das oito mil obras de arte do Museu de Arte Moderna de São Paulo é segurada. Segundo a administração do museu tal ação seria financeiramente impossível. Atualmente a segurança das obras de arte é feita por guardas desarmados que patrulham o interior das galerias, e por câmera de segurança, que na terça-feira apenas produziram imagens distorcidas dos assaltantes.
De acordo com o porta-voz do museu, Eduardo Cosomano, alarmes e sensores de movimento nunca fizeram parte do sistema de segurança do museu, contrariando o relatório da polícia, que afirma que os alarmes falharam.
Todo o conjunto de obras do museu é avaliado em aproximadamente um bilhão de dólares. Para o porta-voz, o valor das obras roubadas é incalculável devido sua importância.
A polícia acredita que os ladrões provavelmente foram contratados por um rico amante de obras de arte querendo incrementar seu acervo pessoal. No momento não são divulgadas muitas informações sobre pistas para não prejudicar as investigações.
Enxergo dois pontos de vista na divulgação desta notícia. Primeiro: os veículos internacionais anunciaram tal roubo como se em países mais desenvolvidos que o nosso, obras de arte também não fossem roubadas. Na verdade tal fato não é uma exclusividade brasileira. Porém, um segundo ponto de vista deixa claro que este roubo das obras de Picasso em São Paulo prejudica a imagem do Brasil. Um acontecimento como este não apenas revela o falho sistema de segurança do museu; como também um preocupante descaso das nossas autoridades para com obras de arte tão valiosas.
Qual a sua opinião?

*Assita as gravações feitas pelas câmeras do museu em http://abcnews.go.com/video/pl


Fonte: ABC News
Foto: ABC News

sábado, 14 de junho de 2008

Brasileiros fajutos

Uma pequena matéria publicada pelo site Yahoo News ontem me chamou a atenção. A notícia comenta sobre a divulgação do filme “O Incrível Hulk”, que teve algumas cenas filmadas na favela Tavares Bastos no Rio.
Sob o título “Brasil desanimado sobre viagem de ‘Hulk’ ao Rio”, a notícia comenta que o filme “O Incrível Hulk”, lançado mundialmente esta semana, teve uma desanimada boas-vindas aqui no Brasil. A reportagem cita uma nota divulgada no jornal Folha de São Paulo, na qual é anunciado que a produção de 150 milhões de dólares não utilizou atores brasileiros nas filmagens realizadas no Brasil, e sim atores canadenses que fingem ser brasileiros. Que vergonha! Segundo a reportagem somente dois atores brasileiros (!!) contracenaram com o protagonista do filme, o ator Edward Norton.
O diretor do filme, o francês Louis Laterrier pediu desculpas e admitiu que os “brasileiros” no filme não falam o português corretamente. A justificativa dada pelo diretor é a de que gostaria de ter utilizados mais atores brasileiros, mas que custaria muito caro levá-los para o Canadá, onde passariam três meses filmando nos estúdios. Bom, uma produção de mais de 150 milhões de dólares não deveria estar tão preocupada com limitações financeiras...
De acordo com a notícia, tais críticas levaram a uma tensão entre o astro Edward Norton e a companhia Marvel, produtora do filme. Norton, ao invés de viajar promovendo o filme, preferiu tirar longas férias na África.
Será que não passou pela cabeça dos produtores e do diretor do filme que usar canadenses no papel de brasileiros causaria certa antipatia nos espectadores brasileiros? É indignante saber que eles não se preocuparam com isso.

Fonte: Yahoo News
Foto: Folha Online

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Novelas brasileiras

O site do The New York Times divulgou uma interessante matéria relacionada ao Brasil, ontem. Intitulada “As novelas encolhem as famílias brasileiras?”, a publicação aborda a incrível queda na taxa de fertilidade brasileira e apresenta um estudo que atribui esta queda às nossas novelas (!!!).
Segundo o NYT, entre 1960 e 2000, a taxa de fertilidade das famílias brasileiras “despencou” de 6,3 para 2,3. O único país com comparável declínio durante o mesmo período teria sido a China, que em um caso particular, adota a política de as famílias devem ter apenas um filho. Desta forma, o periódico questiona o que estaria por atrás desta queda.
Assim é levanta a hipótese, baseada em um artigo escrito por Eliana La Ferrara (pesquisadora da Bocconi University), Alberto Chong e Suzanne Duryea (pesquisadores do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento), de que a influência das novelas seria uma possível causa. Esta hipótese defende que durante anos as telenovelas brasileiras giraram em torno de pequenas e estáveis famílias de classe média, que eram bem menores do que as reais famílias brasileiras e conclui que independente de onde as novelas são transmitidas, a fertilidade das mulheres caiu significativamente, já que elas passam a se adaptar à realidade vista na televisão.
As novelas importadas, entretanto, não teriam provocado nenhum efeito nestas taxas de fertilidade.
Achei bastante curiosa esta publicação pelo fato de não esperar que pesquisadores norte-americanos se preocupassem em estudar tal fenômeno brasileiro, além de achar interessant esta nova causa atribuída a tal acontecimento.




Fonte: The New York Times

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pioneirismo Reconhecido

Enfim encontrei uma notícia sobre o Brasil na mídia internacional, que foge da cotidiana discussão sobre a Amazônia, ou sobre as diversas dificuldades brasileiras. Hoje, a revista americana Newsweek, publicou uma interessante reportagem sobre o publicitário brasileiro Celso Grecco e sua iniciativa de criação de uma bolsa de valores sociais.
Sob o título “Brasil: Bolsa de Valores para “bem-feitores”, a reportagem inicia narrando um pouco da trajetória de sucesso do rico publicitário Celso Grecco, 46. Segundo a revista os planos iniciais de vida de Grecco eram “trabalhar duro, ficar rico e se aposentar”. Depois então ele investiria em algum projeto social. Grecco atingiu o auge de sua carreira aos 30 anos, ajudando grandes empresas como a Natura e a Pirelli a venderem suas marcas. Segundo a notícia, a oscilante economia brasileira deixou milhões de pessoas para trás estimulado o surgimento de uma profusão de grupos cívicos e causas sociais. Desta forma, Grecco percebeu que tinha um trabalho mais importante a fazer. Ele fechou sua empresa de consultoria e se tornou pioneiro em uma área que ele denomina “marketing social”.
A reportagem então aborda o surgimento da inovadora idéia de Grecco. Porque não criar um tipo de ambiente que promovesse o contato entre sérios investidores e ONGs necessitadas de dinheiro? Grecco então ofereceu sua idéia à Bolsa de Valores de São Paulo, a BOVESPA, que aceitou. Surgiu assim, em 2003, a BVS&A, Bolsa de Valores Sociais e Ambientais. Seguindo a mesma analogia do mercado de ações, a BVS&A é um ambiente de criação de valor que impulsiona projetos sociais que mereçam ser apoiados, de forma transparente e confiável. Os projetos variam desde ajudas para que habitantes de ilhar se preparem para conseqüências do aquecimento global, até resgatar crianças pobres de gangues traficantes.
De acordo com a reportagem, o projeto idealizado por Grecco é pioneiro no mundo, e outros países como Alemanha e Inglaterra planejam lançar suas próprias bolsas de valores sociais. O funcionamento dessas bolsas ocorre da seguinte maneira: investidores interessados fazem doações online para grupos filantrópicos pré-selecionados.
A reportagem elogia bastante a iniciativa brasileira e diz que a idéia de Grecco já está ajudando a mudar vidas brasileiras, e não só em sentido material.
É muito bom saber que pelos menos às vezes, iniciativas brasileiras bem sucedidas são
reconhecidas no exterior.
Fonte: Newsweek
Foto: Newsweek

sábado, 7 de junho de 2008

Perigo a caminho

A discussão acerca da situação de tribos indígenas nunca contatadas, suscitada após a divulgação de fotos de uma tribo incomunicável encontrada na Amazônia na semana passada, continua em foco nos veículos internacionais. O periódico britânico, The Independent, publicou um alerta de perigo para esta tribo esta semana.
Sob o título “Estrada para o esquecimento: Nova estrada apresenta ameaça para incomunicável tribo brasileira”, o jornal anuncia que esta tribo enfrentará um perigo nunca antes imaginado. “Ele [o perigo] vem de uma coisa da qual eles nunca ouviram falar, que está sendo construída para servir pessoas que eles nem imaginam que existem. [O perigo] é a estrada, que com tempo pode levar à sua destruição”, diz a reportagem.
A estrada da qual a reportagem fala é a Trans-Oceânica, que futuramente irá ligar os portos brasileiros do rio Amazonas com os portos do Oceano Pacífico no Peru. Segundo declaração de um especialista em população brasileira, John Hemming, as más notícias são que os chineses vêm pressionando Brasil e Peru para a construção desta estrada. Ainda segundo Hemming, em teoria a estrada não afetará essas tribos, nem passará por suas terras; mas a construção de uma estrada principal dá margem para que outras paralelas surjam, e para que a área comece a ser povoada; a partir daí representando perigo para as tribos indígenas.
De acordo com a reportagem, uma das maiores ameaças a estas populações indígenas é o contato com nossas doenças do dia-a-dia, das quais eles não são imunes.
O jornal enfatiza que política adotada pelo governo brasileiro é a de deixar essas tribos sozinhas o maior tempo possível. A notícia ainda afirma que só é feito contato com esses povos em casos de emergência ou necessidade de ter o território da tribo mapeado e preservado. Também é dito na publicação que nós temos imensas áreas protegidas para as comunidades indígenas e que a opinião pública brasileira está do lado deles. Em uma enquete realizada que perguntava se estava certo que a população indígena, que representa menos de 1% da população brasileira, deveria ocupar 11% do território brasileiro, mais de dois terços dos entrevistados respondeu que sim.
A notícia encerra dizendo que a estrada está a caminho, e que isto custará muito mais que arcos e flechas para impedi-la.
Finalmente, uma entre tantas publicações internacionais sobre este assunto não se mostrou apenas embasbacada com tal descoberta, e sim, acrescentou novas discussões e levantou questões pertinentes acerca da situação dessas tribos indígenas.
Fonte: The Independent

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Amarga questão

Questões acerca das formas de produção e das tecnologias que envolvem o biocombustível brasileiro tem sido alvo de amplas discussões nacionais e internacionais. Nosso presidente participou inclusive, esta semana, da conferência sobre segurança alimentar da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) na Itália, para discutir tal assunto. Hoje, o jornal britânico The Guardian, publicou uma reportagem sobre esta polêmica. Sob um título-trocadilho, “Bonança do biocombustível não tão doce para cortadores de cana-de-açúcar, a reportagem do The Guardian aborda as condições de trabalho dos cortadores de cana brasileiros, a questão do desmatamento provocado pelos biocombustíveis e o possível aumento dos preços dos alimentos no mundo.
A notícia inicia preconizando que meio milhões de empregos e 500 anos de tradição serão extintos com a explosão da indústria da cana-de-açúcar para satisfazer as demandas ocidentais por práticas trabalhistas mais “socialmente aceitáveis” no setor dos biocombustíveis. A reportagem acrescenta que os cortadores de cana, que trabalham nas terras brasileiras desde 1525, terão que abrir caminho para a mecanização.
Segundo depoimento dado à reportagem, a UNICA revela que 80% dos 500 mil empregos podem desaparecer em três anos, e que a mudança para o sistema de utilização de tratores causaria revolta na mão-de-obra imigrante.
De acordo com a reportagem as condições de trabalho dos cortadores de cana foram raramente noticiadas quando a commodity (cana) era exportada para produção de açúcar, e que agora que o Brasil é o segundo maior exportador de etanol à base de cana para utilização como biocombustível, houve uma mudança de posição.
A reportagem afirma que por trás da mudança de remover gradualmente os trabalhadores da cana, estão cadeias de exploração, que têm prejudicado a imagem do biocombustível brasileiro perante grandes países importadores como Sweden e Inglaterra. A notícia acrescenta que críticos têm acusado a indústria brasileira da cana-de-açúcar de envolver trabalho infantil, altas taxas de acidentes e trabalhadores ganhando menos de 1,35 dólares por hora.
O periódico britânico ainda afirma que o governo brasileiro pensou que poderia construir uma gigante e nova indústria acerca do biocombustível, mas que este sonho está em perigo, pois este setor se tornou alvo de argumentos do tipo “food for fuel” (comida por combustível), e da idéia de que o aumento no preço dos alimentos pode ser atribuído aos fazendeiros que destinam suas terras para plantar para os biocombustíveis.
O jornal ressalta que também existem reclamações de que os biocombustíveis têm causado desmatamento em áreas sensíveis, como, por exemplo, na Amazônia. A UNICA se defende, afirmando que os subsídios concedidos aos fazendeiros europeus e norte-americanos e aos biocombustíveis, é que pode ser uma das causas do aumento no preço dos alimentos. A UNICA defende também que a produção do etanol não afeta a Amazônia, já que lá o solo é muito úmido para plantar açúcar.
Será que não podemos nos destacar positivamente em nenhum aspecto, seja este econômico, político, social, que os ditos países do “primeiro mundo”, tentam nos colocar empecilhos? Não podemos ser pioneiros em nada? Claro que temos muitos problemas e dificuldades a serem enfrentados em nosso país, e obviamente nós sabemos disso. Mas porque não reconhecer quando fazemos algo benéfico, e neste caso, não só para nós, mas para todo o mundo? Essas são perguntas, para as quais imaginamos as respostas.

Fonte: The Guardian
Foto: The Guardian

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Canadá x Brasil

Três a dois para o Brasil. Este foi o placar do jogo Brasil vs. Canadá, que aconteceu este sábado em Seattle, Estados Unidos. Porém para os canadenses, a forma como seu time jogou compensou qualquer derrota. Pelo menos assim pensa, o jornal canadense Globe and Mail.
Em reportagem divulgada hoje, sob o título “Explosão contra o Brasil”, o jornal inicia afirmando que o time canadense poderia ter feito seis ou sete gols contra o Brasil. Segundo a notícia, em uma sublime performance, na qual a coragem substituiu o cuidado e o talento preencheu o vazio, a seleção canadense “jogou” tudo que tinha contra o Brasil.
De acordo com a reportagem, não importa que o Canadá tenha perdido de 3 x 2, já que diz que perder para o Brasil é um “perigo ocupacional” no mundo do futebol. Para o jornal, a novidade está na forma como o time canadense jogou.
A reportagem traça toda a trajetória do time canadense no último ano, marcada por altos e baixos devido à troca de técnicos, e ainda acrescenta que o time brasileiro que se apresentou no jogo era muito bom. A notícia afirma que mesmo sem estrelas como Kaká e Ronaldinho o time tinha “pedigree” (!!), mas que mesmo assim a seleção canadense não se abateu. A partir daí a notícia é recheada de elogios ao time canadense, considerado, por exemplo, forte, corajoso, talentoso e criativo, salvo elogios feitos a Robinho, classificado como talentoso demais para perder um gol.
Para a notícia, o Brasil não teve moleza, correu bastante atrás de cada chance e teve muita posse de bola, porém a conseguiu grande parte das vezes no meio de campo, ou perto do seu próprio gol. Em fim, o jornal é só elogio à sua seleção, e termina dizendo quer sempre ver um time assim, que perde tentando ganhar.


****Curiosidades...
Em minha busca por notícias sobre o futebol brasileiro, encontrei publicações interessantes.
No site da CBC News, jornal canadense, encontrei uma notícia sobre o nosso futebol feminino, divulgada em 23 de maio. Esta reportagem abordava o jogo entre as seleções femininas do Canadá e do Brasil, que ocorrerá no dia 10 de julho em Toronto. Nesta notícia, a seleção brasileira feminina é enfatizada como sendo a quarta melhor do mundo. “O Brasil estourou como uma das potências no futebol feminino, durante os últimos quatro, cinco anos”, diz o técnico da seleção feminina canadense.
Em contraste, no site da BBC News, rede de notícias inglesa, encontrei uma coluna do repórter Tim Vickery, “especialista” em futebol sul-americano, divulgada hoje. Nesta publicação o colunista tenta desconstruir mitos como o de que o campeonato europeu é como a Copa do Mundo, porém sem Brasil e Argentina, e o de que o futebol sul-americano se resume a estes dois times. O colunista tenta atingir seu objetivo, exaltando demasiadamente as qualidades dos times europeus, e citando a emergência de novas potências no mundo do futebol. Acho ótimo que novas seleções talentosas estejam surgindo, mas não se desmonta uma imagem, como a do Brasil no campo do futebol, construída ao longo de décadas, assim, facilmente.

Fonte: Globe and Mail; CBC News, BBC News

Foto: Site - Jornal Estado de São Paulo