sábado, 28 de junho de 2008

Lembrada internacionalmente

A morte da ex-primeira dama Ruth Cardoso, esta semana, foi bastante noticiada e comentada na mídia internacional. A rede de notícias britânica, BBC News, divulgou o acontecimento sob o título “Ex-primeira dama brasileira morre”. A notícia comenta que muitos tributos têm sido prestados para Ruth Cardoso, esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que faleceu aos 77 anos.
A rede BC News comete algumas falhas ao não evidenciar que a morte de Ruth Cardoso aconteceu nesta última terça-feira, e ao não explicar as causas do falecimento. A rede apenas publica que Ruth Cardoso faleceu em casa, após ter sido liberada do hospital, onde fazia tratamento para dores no peito.
A notícia refere-se à ex-primeira dama sempre como Senhora Cardoso, e comenta que Ruth Cardoso foi bastante notada pelo trabalho que sempre realizou com as pessoas mais pobres. A publicação ainda relata os diversos tributos prestados à ex-primeira dama, como o dos seus colegas acadêmicos, que elogiaram ser trabalho como antropologista: “[...] ela (Ruth Cardoso) foi uma das primeiras pessoas que iniciaram os estudos nas favelas e demais comunidades pobres”.
Em depoimento oficial, o Presidente Lula, afirmou que a morte da Sra. Ruth Cardoso é uma grande perda para todos. A notícia acrescenta que Ruth Cardoso foi professora de diversas universidades latino-americanas e dos Estados Unidos, além de escritora de diversos livros.
A rede de notícias também destaca o trabalho realizado por Ruth Cardoso na Comunidade Solidária. A ex-primeira dama foi a fundadora deste projeto, que tem o objetivo de unir companhias privadas e públicas para combater a pobreza no Brasil, país que, conclui a notícia, tem altos níveis de desigualdade.
É bom saber que a Sra. Ruth Cardoso e seu legado são também reconhecidos internacionalmente.

Fonte: BBC News


Foto: BBC News

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ótima aposta

A agência de notícias Reuters divulgou hoje uma notícia bastante positiva para o Brasil. Segundo a notícia, um executivo da CAAM (Credit Agricole Asset Management) afirmou que “investidores apostando na América Latina devem prestar atenção no Brasil, a economia auge da região”.
Intitulada “CAAM diz que Brasil é a aposta da América Latina”, a notícia também traz declarações de especialistas, que dizem que investidores também devem ficar atentos para o nosso setor energético e para nossas firmas de telecomunicações. A notícia ressalta que o índice brasileiro da Bovespa atingiu recordes no mês passado, o que elevou o status dos nossos créditos para um patamar de mais desejado investimento. Para especialistas esse novo status trará benefícios para a economia brasileira, ao reduzir futuramente os custos do capital em uma base mais sustentável; o que atrai mais investimentos para o país já que os riscos se tornam baixos, tudo isso convergindo pra um potencial crescimento.
Em contraste, os especialistas dizem que a mais madura economia chilena carece desse “dinamismo econômico” brasileiro, e não se mostram muito confiantes na Argentina devido à alta inflação e às políticas intervencionistas.
Notícias como essa, sobre a positiva repercussão da economia brasileira no exterior, são sempre bem-vindas.
Fonte: Reuters
Foto: Reuters

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Reinado ameaçado

O jornal britânico The Guardian publicou ontem uma considerável reportagem criticando a atuação do atual técnico da Seleção Brasileira, Dunga. Sob o título “Brasil pronto para derrubar o burro paralisado” (esta foi a melhor tradução que encontrei), a matéria afirma que os pobres resultados e o tedioso futebol da seleção nos últimos jogos têm deixado Dunga em maus lençóis.
A crítica e irônica reportagem inicia da seguinte forma: “ Jumento é a tradução em português para ‘donkey’ (burro em inglês). É uma palavra raramente ouvida nos estádios brasileiros, mas 298 minutos sem um único gol foi simplesmente demais para os 50 mil torcedores brasileiros, que gritaram tal palavra em direção a Dunga, durante os fraco empate com a Argentina no jogo de quarta-feira”.
A matéria comenta que o Brasil está em quinto na classificação para a Copa do Mundo de 2010 e que teria que suportar um jogo de desempate para terminar agora; e ainda acrescenta que as derrotas para a Venezuela e para o “amigável” Paraguai, e o primeiro clássico sem gols contra a Argentina, em 22 anos, deixaram Dunga perto da demissão.
A publicação acha curioso que ao mesmo tempo em que vivemos esse turbilhão de decepções, temos seis de nossos experts representando países europeus extremamente bem. Segundo a reportagem os problemas de Dunga não se acumularam devido apenas aos péssimos resultados, mesmo que também não tenham ajudado a situação. O fato da seleção não estar jogando um futebol atrativo, as críticas constantes dos torcedores, e as contusões de Ronaldinho e Kaká (que também não se animam pelo técnico), também não ajudaram as coisas. “A contagem regressiva começou”, anuncia a publicação.
De acordo com o jornal britânico, o reinado de Dunga está causando problemas que a seleção não tinha desde 2001, e os seus dias de trabalho estão chegando ao fim. O assessor de imprensa da Federação Brasileira teria inclusive deixado vazar que “poucos pessoas suportam Dunga ou seu estilo, e que a paciência está se esgotando”.
A publicação comenta que os próprios jogadores começam a se manifestar contra o técnico, e a “influente” TV Globo se recusa a aceitar as restrições impostas por Dunga nas entrevistas com os jogadores, e conclui dizendo que “Dunga agora se vê nadando contra a maré”. Segundo a reportagem, Dunga tem uma última chance: as Olimpíadas. Apesar de os jogos olímpicos não serem muito estimados na Europa, eles são de genuína importância para o Brasil, afinal este é o único grande troféu que nunca ganhamos. O jornal afirma que se os jogadores alcançassem tal feito este ano, serão considerados heróis nacionais.
Para o jornal britânico, a seleção brasileira necessita de uma liderança; um homem para ser respeitado, e sugere que outros técnicos como Luxemburgo e Scolari seriam a solução. A reportagem termina dizendo que “depois de ver 50 mil torcedores brasileiros aplaudindo o jogador argentino Lionel Messi, quando substituído na quarta-feira, Dunga deveria saber agora, se não sabia antes, que brasileiros gostam de ver futebol. Autêntico futebol”. Pois é. Dunga que se cuide agora.

Fonte: The Guardian
Foto: The Guardian

sábado, 21 de junho de 2008

Brasil em pauta

Esta semana o Brasil tem aparecido em diversas notícias publicadas pelo jornal espanhol El País. Além do artigo comentado no post passado, ontem o periódico divulgou uma notícia sobre a redução da taxa máxima de álcool permitida ao volante pelo governo brasileiro, e hoje divulgou uma reportagem sobre a recepção do príncipe herdeiro do trono japonês aqui no Brasil.
A notícia divulgada ontem, sob o título “Brasil reduz a zero a taxa máxima de álcool ao volante”, comenta que desde a última quinta-feira, a taxa de álcool permitida aos motoristas caiu de 0,6 gramas por litro de sangue, para 0,0. O presidente Lula sancionou uma lei que ao mesmo tempo em que se proíbe dirigir a qualquer nível de álcool, endurecem-se os castigos por embriaguez durante a condução. O jornal espanhol comentou que a multa passa a ser de 955 reais, cerca de 385 euros, e a infração é considerada “gravíssima”, acarretando na suspensão da permissão para dirigir durante um ano.
Segundo a notícia, outra novidade proposta pela nova lei é a obrigatoriedade de submeter-se à prova do bafômetro, que antes era optativo, e a proibição da venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos situados nas estradas. Os estabelecimentos que descumprirem a lei serão multados em 1.500 reais. De acordo com o jornal, tais medidas tomadas pelo governo brasileiro são conseqüências de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça, na qual foi registrado que 80% das vítimas de acidentes de tráfego apresentavam vestígios de álcool no sangue.
Já a outra notícia divulgada hoje pelo El País, aborda as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil. Intitulada “Brasil acolhe com grande festa o príncipe herdeiro japonês Nahurito”, a notícia comenta a recepção de Nahurito em clima festa, durante sua visita ao Bairro da Liberdade em São Paulo, que congrega um milhão de imigrantes de descentes da Ásia Oriental, em sua maioria japoneses. O periódico narra os diversos acontecimentos e comemorações que estão ocorrendo não só em São Paulo, como no resto do país, como por exemplo, a visita do futuro príncipe ao Pavilhão Japonês no Parque do Ibirapuera, na qual foi recebido com cânticos e bandeirinhas do Brasil e Japão.
A notícia ainda cita o encontro que Nahurito teve com estudantes de direito da Universidade Estadual de São Paulo (USP), na qual falou um português perfeito segundo o jornal. A reportagem ainda comenta que o Brasil tem a maior colônia japonesa do mundo, a maioria concentrada em São Paulo, onde se calcula, vive um milhão de japoneses e descendentes das primeiras e segundas gerações.
Ultimamente tenho tido dificuldades para encontrar notícias interessantes sobre o Brasil nos meios internacionais; em sua grande maioria as publicações apenas abordam a Amazônia e o futebol. Achei interessante que o El País tenha publicado tantas notícias sobre o que anda acontecendo aqui no Brasil.
Fonte: El País
Imagem: El País

sexta-feira, 20 de junho de 2008

País sério

O jornal espanhol “El País” publicou um artigo ontem, no qual afirma que o Brasil “está começando a se comportar como um país sério”. Escrita pelo editor da seção das Américas do jornal “The Economist”, Michael Reid, e intitulado “Já é amanhã no Brasil”, o texto aborda a política econômica do país nos últimos 15 anos e comenta que o nosso progresso foi baseado em “consensos democráticos, investimento privado e controle da inflação”.
De acordo com o artigo “diferentemente da Argentina, o Brasil não está permitindo que a inflação ponha em risco a estabilidade econômica”. Segundo Reid, nosso “progresso” teria começado na década de 90, com a implementação do Plano Real, que marcou o início da abertura econômica do país. Reid ainda afirma que para a surpresa de alguns, Lula resolveu dar continuidade aos êxitos de Fernando Henrique Cardoso no campo econômico e para ilustrar, comenta um discurso feito pelo presidente Lula durante uma conferência da revista “The Economist” em Brasília, no qual afirmou que sua fórmula política consiste em ser “conservador e audaz na política social”. Para o jornalista “esta fórmula está rendendo frutos”.
O artigo finaliza abordando o crescimento econômico registrado no ano passado pelo Brasil de 5,5%, devido o fortalecimento das reservas e das contas públicas e pelo investimento estrangeiro “que alcança níveis sem precedentes”, acrescenta. Reid conclui dizendo que mesmo com nossos múltiplos defeitos, em muitos sentidos, estamos começando a nos comportar como um país sério.
Achei bastante interessante o artigo publicado pelo periódico espanhol devido à análise que traz sobre a situação atual brasileira, principalmente no campo econômico. Neste caso não considero que a expressão “o Brasil começa a ser um país sério” transmite alguma idéia negativa ou pejorativa, porém faço uma pergunta: será que só agora estamos nos tornando um país sério, ou só agora os outros estão nos levando a sério?

Fonte: El País
Imagem:http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://ocomprimido.tdvproducoes.com/wp-

terça-feira, 17 de junho de 2008

Derrota e expectativas

A derrota brasileira para o time paraguaio no jogo deste último domingo teve enorme repercussão internacional. A atuação da seleção brasileira de futebol foi extremamente criticada, e existem muitas expectativas com relação ao jogo de amanhã contra a Argentina pela classificação na Copa do Mundo.
Sob o título “Paraguai, com dez jogadores, humilha Brasil”, a rede de notícias americana CNN comenta que o time paraguaio chocou o Brasil com o placar de 2 x 0, e acrescenta que esta foi a quarta vitória do Paraguai nos últimos oito jogos contra o Brasil. A CNN enfatiza que o resultado da partida deste domingo não é um bom presságio para a seleção brasileira na “colisão” (termo utilizado pela notícia) contra seu principal rival, a Argentina.
O jornal argentino O Clarín, por sua vez, publicou uma notícia cautelosa e irônica, na qual alerta para cuidados que devem ser tomados pelo time argentino na partida contra o Brasil. Intitulada “Brasil está ferido e pode ser perigoso”, a sarcástica notícia diz que “o selecionado, o pentacampeão, se sente encurralado, com uma lupa na cabeça [...]. Porém, está claro, quando um leão está ferido, tocado em seu orgulho, pode ser perigoso”.
Desejo uma boa sorte para a seleção neste jogo de amanhã. Vamos calar as pessimistas expectativas e fazer jus a nossa fama de “leão”!

Fonte: CNN
O Clarín

domingo, 15 de junho de 2008

Ousada Investida

O roubo de duas obras de arte do famoso pintor Pablo Picasso, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi notícia em diversos veículos internacionais neste fim de semana. O site da rede de notícias ABC News, considerou o assalto um “atrevido arrombamento” e chamou atenção para o fato de que o museu não tem seguro sobre as obras de arte.
O roubo aconteceu pouco antes do amanhecer desta última quinta-feira. Os três ladrões, armados com nada mais nada menos do que um pé de cabra e uma barra de ferro, levaram apenas três minutos para entrar no museu e roubar as duas obras de Picasso; "Portrait of Suzanne Bloch”, e “O Lavrador de Café”.
Ainda segundo a notícia divulgada pela ABC News, nenhuma das oito mil obras de arte do Museu de Arte Moderna de São Paulo é segurada. Segundo a administração do museu tal ação seria financeiramente impossível. Atualmente a segurança das obras de arte é feita por guardas desarmados que patrulham o interior das galerias, e por câmera de segurança, que na terça-feira apenas produziram imagens distorcidas dos assaltantes.
De acordo com o porta-voz do museu, Eduardo Cosomano, alarmes e sensores de movimento nunca fizeram parte do sistema de segurança do museu, contrariando o relatório da polícia, que afirma que os alarmes falharam.
Todo o conjunto de obras do museu é avaliado em aproximadamente um bilhão de dólares. Para o porta-voz, o valor das obras roubadas é incalculável devido sua importância.
A polícia acredita que os ladrões provavelmente foram contratados por um rico amante de obras de arte querendo incrementar seu acervo pessoal. No momento não são divulgadas muitas informações sobre pistas para não prejudicar as investigações.
Enxergo dois pontos de vista na divulgação desta notícia. Primeiro: os veículos internacionais anunciaram tal roubo como se em países mais desenvolvidos que o nosso, obras de arte também não fossem roubadas. Na verdade tal fato não é uma exclusividade brasileira. Porém, um segundo ponto de vista deixa claro que este roubo das obras de Picasso em São Paulo prejudica a imagem do Brasil. Um acontecimento como este não apenas revela o falho sistema de segurança do museu; como também um preocupante descaso das nossas autoridades para com obras de arte tão valiosas.
Qual a sua opinião?

*Assita as gravações feitas pelas câmeras do museu em http://abcnews.go.com/video/pl


Fonte: ABC News
Foto: ABC News

sábado, 14 de junho de 2008

Brasileiros fajutos

Uma pequena matéria publicada pelo site Yahoo News ontem me chamou a atenção. A notícia comenta sobre a divulgação do filme “O Incrível Hulk”, que teve algumas cenas filmadas na favela Tavares Bastos no Rio.
Sob o título “Brasil desanimado sobre viagem de ‘Hulk’ ao Rio”, a notícia comenta que o filme “O Incrível Hulk”, lançado mundialmente esta semana, teve uma desanimada boas-vindas aqui no Brasil. A reportagem cita uma nota divulgada no jornal Folha de São Paulo, na qual é anunciado que a produção de 150 milhões de dólares não utilizou atores brasileiros nas filmagens realizadas no Brasil, e sim atores canadenses que fingem ser brasileiros. Que vergonha! Segundo a reportagem somente dois atores brasileiros (!!) contracenaram com o protagonista do filme, o ator Edward Norton.
O diretor do filme, o francês Louis Laterrier pediu desculpas e admitiu que os “brasileiros” no filme não falam o português corretamente. A justificativa dada pelo diretor é a de que gostaria de ter utilizados mais atores brasileiros, mas que custaria muito caro levá-los para o Canadá, onde passariam três meses filmando nos estúdios. Bom, uma produção de mais de 150 milhões de dólares não deveria estar tão preocupada com limitações financeiras...
De acordo com a notícia, tais críticas levaram a uma tensão entre o astro Edward Norton e a companhia Marvel, produtora do filme. Norton, ao invés de viajar promovendo o filme, preferiu tirar longas férias na África.
Será que não passou pela cabeça dos produtores e do diretor do filme que usar canadenses no papel de brasileiros causaria certa antipatia nos espectadores brasileiros? É indignante saber que eles não se preocuparam com isso.

Fonte: Yahoo News
Foto: Folha Online

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Novelas brasileiras

O site do The New York Times divulgou uma interessante matéria relacionada ao Brasil, ontem. Intitulada “As novelas encolhem as famílias brasileiras?”, a publicação aborda a incrível queda na taxa de fertilidade brasileira e apresenta um estudo que atribui esta queda às nossas novelas (!!!).
Segundo o NYT, entre 1960 e 2000, a taxa de fertilidade das famílias brasileiras “despencou” de 6,3 para 2,3. O único país com comparável declínio durante o mesmo período teria sido a China, que em um caso particular, adota a política de as famílias devem ter apenas um filho. Desta forma, o periódico questiona o que estaria por atrás desta queda.
Assim é levanta a hipótese, baseada em um artigo escrito por Eliana La Ferrara (pesquisadora da Bocconi University), Alberto Chong e Suzanne Duryea (pesquisadores do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento), de que a influência das novelas seria uma possível causa. Esta hipótese defende que durante anos as telenovelas brasileiras giraram em torno de pequenas e estáveis famílias de classe média, que eram bem menores do que as reais famílias brasileiras e conclui que independente de onde as novelas são transmitidas, a fertilidade das mulheres caiu significativamente, já que elas passam a se adaptar à realidade vista na televisão.
As novelas importadas, entretanto, não teriam provocado nenhum efeito nestas taxas de fertilidade.
Achei bastante curiosa esta publicação pelo fato de não esperar que pesquisadores norte-americanos se preocupassem em estudar tal fenômeno brasileiro, além de achar interessant esta nova causa atribuída a tal acontecimento.




Fonte: The New York Times

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pioneirismo Reconhecido

Enfim encontrei uma notícia sobre o Brasil na mídia internacional, que foge da cotidiana discussão sobre a Amazônia, ou sobre as diversas dificuldades brasileiras. Hoje, a revista americana Newsweek, publicou uma interessante reportagem sobre o publicitário brasileiro Celso Grecco e sua iniciativa de criação de uma bolsa de valores sociais.
Sob o título “Brasil: Bolsa de Valores para “bem-feitores”, a reportagem inicia narrando um pouco da trajetória de sucesso do rico publicitário Celso Grecco, 46. Segundo a revista os planos iniciais de vida de Grecco eram “trabalhar duro, ficar rico e se aposentar”. Depois então ele investiria em algum projeto social. Grecco atingiu o auge de sua carreira aos 30 anos, ajudando grandes empresas como a Natura e a Pirelli a venderem suas marcas. Segundo a notícia, a oscilante economia brasileira deixou milhões de pessoas para trás estimulado o surgimento de uma profusão de grupos cívicos e causas sociais. Desta forma, Grecco percebeu que tinha um trabalho mais importante a fazer. Ele fechou sua empresa de consultoria e se tornou pioneiro em uma área que ele denomina “marketing social”.
A reportagem então aborda o surgimento da inovadora idéia de Grecco. Porque não criar um tipo de ambiente que promovesse o contato entre sérios investidores e ONGs necessitadas de dinheiro? Grecco então ofereceu sua idéia à Bolsa de Valores de São Paulo, a BOVESPA, que aceitou. Surgiu assim, em 2003, a BVS&A, Bolsa de Valores Sociais e Ambientais. Seguindo a mesma analogia do mercado de ações, a BVS&A é um ambiente de criação de valor que impulsiona projetos sociais que mereçam ser apoiados, de forma transparente e confiável. Os projetos variam desde ajudas para que habitantes de ilhar se preparem para conseqüências do aquecimento global, até resgatar crianças pobres de gangues traficantes.
De acordo com a reportagem, o projeto idealizado por Grecco é pioneiro no mundo, e outros países como Alemanha e Inglaterra planejam lançar suas próprias bolsas de valores sociais. O funcionamento dessas bolsas ocorre da seguinte maneira: investidores interessados fazem doações online para grupos filantrópicos pré-selecionados.
A reportagem elogia bastante a iniciativa brasileira e diz que a idéia de Grecco já está ajudando a mudar vidas brasileiras, e não só em sentido material.
É muito bom saber que pelos menos às vezes, iniciativas brasileiras bem sucedidas são
reconhecidas no exterior.
Fonte: Newsweek
Foto: Newsweek

sábado, 7 de junho de 2008

Perigo a caminho

A discussão acerca da situação de tribos indígenas nunca contatadas, suscitada após a divulgação de fotos de uma tribo incomunicável encontrada na Amazônia na semana passada, continua em foco nos veículos internacionais. O periódico britânico, The Independent, publicou um alerta de perigo para esta tribo esta semana.
Sob o título “Estrada para o esquecimento: Nova estrada apresenta ameaça para incomunicável tribo brasileira”, o jornal anuncia que esta tribo enfrentará um perigo nunca antes imaginado. “Ele [o perigo] vem de uma coisa da qual eles nunca ouviram falar, que está sendo construída para servir pessoas que eles nem imaginam que existem. [O perigo] é a estrada, que com tempo pode levar à sua destruição”, diz a reportagem.
A estrada da qual a reportagem fala é a Trans-Oceânica, que futuramente irá ligar os portos brasileiros do rio Amazonas com os portos do Oceano Pacífico no Peru. Segundo declaração de um especialista em população brasileira, John Hemming, as más notícias são que os chineses vêm pressionando Brasil e Peru para a construção desta estrada. Ainda segundo Hemming, em teoria a estrada não afetará essas tribos, nem passará por suas terras; mas a construção de uma estrada principal dá margem para que outras paralelas surjam, e para que a área comece a ser povoada; a partir daí representando perigo para as tribos indígenas.
De acordo com a reportagem, uma das maiores ameaças a estas populações indígenas é o contato com nossas doenças do dia-a-dia, das quais eles não são imunes.
O jornal enfatiza que política adotada pelo governo brasileiro é a de deixar essas tribos sozinhas o maior tempo possível. A notícia ainda afirma que só é feito contato com esses povos em casos de emergência ou necessidade de ter o território da tribo mapeado e preservado. Também é dito na publicação que nós temos imensas áreas protegidas para as comunidades indígenas e que a opinião pública brasileira está do lado deles. Em uma enquete realizada que perguntava se estava certo que a população indígena, que representa menos de 1% da população brasileira, deveria ocupar 11% do território brasileiro, mais de dois terços dos entrevistados respondeu que sim.
A notícia encerra dizendo que a estrada está a caminho, e que isto custará muito mais que arcos e flechas para impedi-la.
Finalmente, uma entre tantas publicações internacionais sobre este assunto não se mostrou apenas embasbacada com tal descoberta, e sim, acrescentou novas discussões e levantou questões pertinentes acerca da situação dessas tribos indígenas.
Fonte: The Independent

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Amarga questão

Questões acerca das formas de produção e das tecnologias que envolvem o biocombustível brasileiro tem sido alvo de amplas discussões nacionais e internacionais. Nosso presidente participou inclusive, esta semana, da conferência sobre segurança alimentar da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) na Itália, para discutir tal assunto. Hoje, o jornal britânico The Guardian, publicou uma reportagem sobre esta polêmica. Sob um título-trocadilho, “Bonança do biocombustível não tão doce para cortadores de cana-de-açúcar, a reportagem do The Guardian aborda as condições de trabalho dos cortadores de cana brasileiros, a questão do desmatamento provocado pelos biocombustíveis e o possível aumento dos preços dos alimentos no mundo.
A notícia inicia preconizando que meio milhões de empregos e 500 anos de tradição serão extintos com a explosão da indústria da cana-de-açúcar para satisfazer as demandas ocidentais por práticas trabalhistas mais “socialmente aceitáveis” no setor dos biocombustíveis. A reportagem acrescenta que os cortadores de cana, que trabalham nas terras brasileiras desde 1525, terão que abrir caminho para a mecanização.
Segundo depoimento dado à reportagem, a UNICA revela que 80% dos 500 mil empregos podem desaparecer em três anos, e que a mudança para o sistema de utilização de tratores causaria revolta na mão-de-obra imigrante.
De acordo com a reportagem as condições de trabalho dos cortadores de cana foram raramente noticiadas quando a commodity (cana) era exportada para produção de açúcar, e que agora que o Brasil é o segundo maior exportador de etanol à base de cana para utilização como biocombustível, houve uma mudança de posição.
A reportagem afirma que por trás da mudança de remover gradualmente os trabalhadores da cana, estão cadeias de exploração, que têm prejudicado a imagem do biocombustível brasileiro perante grandes países importadores como Sweden e Inglaterra. A notícia acrescenta que críticos têm acusado a indústria brasileira da cana-de-açúcar de envolver trabalho infantil, altas taxas de acidentes e trabalhadores ganhando menos de 1,35 dólares por hora.
O periódico britânico ainda afirma que o governo brasileiro pensou que poderia construir uma gigante e nova indústria acerca do biocombustível, mas que este sonho está em perigo, pois este setor se tornou alvo de argumentos do tipo “food for fuel” (comida por combustível), e da idéia de que o aumento no preço dos alimentos pode ser atribuído aos fazendeiros que destinam suas terras para plantar para os biocombustíveis.
O jornal ressalta que também existem reclamações de que os biocombustíveis têm causado desmatamento em áreas sensíveis, como, por exemplo, na Amazônia. A UNICA se defende, afirmando que os subsídios concedidos aos fazendeiros europeus e norte-americanos e aos biocombustíveis, é que pode ser uma das causas do aumento no preço dos alimentos. A UNICA defende também que a produção do etanol não afeta a Amazônia, já que lá o solo é muito úmido para plantar açúcar.
Será que não podemos nos destacar positivamente em nenhum aspecto, seja este econômico, político, social, que os ditos países do “primeiro mundo”, tentam nos colocar empecilhos? Não podemos ser pioneiros em nada? Claro que temos muitos problemas e dificuldades a serem enfrentados em nosso país, e obviamente nós sabemos disso. Mas porque não reconhecer quando fazemos algo benéfico, e neste caso, não só para nós, mas para todo o mundo? Essas são perguntas, para as quais imaginamos as respostas.

Fonte: The Guardian
Foto: The Guardian

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Canadá x Brasil

Três a dois para o Brasil. Este foi o placar do jogo Brasil vs. Canadá, que aconteceu este sábado em Seattle, Estados Unidos. Porém para os canadenses, a forma como seu time jogou compensou qualquer derrota. Pelo menos assim pensa, o jornal canadense Globe and Mail.
Em reportagem divulgada hoje, sob o título “Explosão contra o Brasil”, o jornal inicia afirmando que o time canadense poderia ter feito seis ou sete gols contra o Brasil. Segundo a notícia, em uma sublime performance, na qual a coragem substituiu o cuidado e o talento preencheu o vazio, a seleção canadense “jogou” tudo que tinha contra o Brasil.
De acordo com a reportagem, não importa que o Canadá tenha perdido de 3 x 2, já que diz que perder para o Brasil é um “perigo ocupacional” no mundo do futebol. Para o jornal, a novidade está na forma como o time canadense jogou.
A reportagem traça toda a trajetória do time canadense no último ano, marcada por altos e baixos devido à troca de técnicos, e ainda acrescenta que o time brasileiro que se apresentou no jogo era muito bom. A notícia afirma que mesmo sem estrelas como Kaká e Ronaldinho o time tinha “pedigree” (!!), mas que mesmo assim a seleção canadense não se abateu. A partir daí a notícia é recheada de elogios ao time canadense, considerado, por exemplo, forte, corajoso, talentoso e criativo, salvo elogios feitos a Robinho, classificado como talentoso demais para perder um gol.
Para a notícia, o Brasil não teve moleza, correu bastante atrás de cada chance e teve muita posse de bola, porém a conseguiu grande parte das vezes no meio de campo, ou perto do seu próprio gol. Em fim, o jornal é só elogio à sua seleção, e termina dizendo quer sempre ver um time assim, que perde tentando ganhar.


****Curiosidades...
Em minha busca por notícias sobre o futebol brasileiro, encontrei publicações interessantes.
No site da CBC News, jornal canadense, encontrei uma notícia sobre o nosso futebol feminino, divulgada em 23 de maio. Esta reportagem abordava o jogo entre as seleções femininas do Canadá e do Brasil, que ocorrerá no dia 10 de julho em Toronto. Nesta notícia, a seleção brasileira feminina é enfatizada como sendo a quarta melhor do mundo. “O Brasil estourou como uma das potências no futebol feminino, durante os últimos quatro, cinco anos”, diz o técnico da seleção feminina canadense.
Em contraste, no site da BBC News, rede de notícias inglesa, encontrei uma coluna do repórter Tim Vickery, “especialista” em futebol sul-americano, divulgada hoje. Nesta publicação o colunista tenta desconstruir mitos como o de que o campeonato europeu é como a Copa do Mundo, porém sem Brasil e Argentina, e o de que o futebol sul-americano se resume a estes dois times. O colunista tenta atingir seu objetivo, exaltando demasiadamente as qualidades dos times europeus, e citando a emergência de novas potências no mundo do futebol. Acho ótimo que novas seleções talentosas estejam surgindo, mas não se desmonta uma imagem, como a do Brasil no campo do futebol, construída ao longo de décadas, assim, facilmente.

Fonte: Globe and Mail; CBC News, BBC News

Foto: Site - Jornal Estado de São Paulo

sábado, 31 de maio de 2008

Continuando...

*Foto da tribo indígena legendada pela rede BBC News
Tive dificuldades para encontrar notícias interessantes relacionadas ao Brasil publicadas neste sábado. A grande maioria dos meios de comunicação internacional continua falando sobre a descoberta da tribo indígena na Amazônia. El País, jornal espanhol, a rede americana CNN são alguns dos veículos que repercutem tal acontecimento atualmente. Confesso que fiquei bastante supresa com tamanha divulgação.
Entre tantas citações, o site do canal inglês BBC News, somente ontem, publicou três reportagens sobre o assunto. Na primeira delas anunciava a “descoberta”, sob o título “Tribos isoladas encontradas no Brasil”. Na segunda, destrinchava cada detalhe das fotografias, sob o título “Enigma Amazônico: o que as fotos nos revelam sobre a tribo amazônica?”. Na terceira e última da série, divulgou um vídeo a respeito do assunto. Ainda no site da BBC News, a notícia sobre a tribo indígena estava entre as cinco histórias mais populares no momento. É, parece que o “primeiro” mundo não imaginava mesmo que tal fenômeno pudesse existir, e agora estão completamente embasbacados. Só espero que não generalizem tal assunto, e construam novamente a imagem de que todos nós brasileiros vivemos em árvores.


Fonte: BBC News; El País; CNN


Imagem: BBC News

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Incomunicáveis

Fotos de uma tribo indígena do Acre, divulgadas nesta quinta-feira, provocaram grande repercussão na mídia internacional hoje. O peculiar destas fotos é que a tribo retratada nunca entrou em contato com nenhum tipo de civilização. Os veículos internacionais ficaram, digamos, espantados.
O site da ABC News, rede de televisão norte-americana, considerou as fotos um maravilhoso achado, mas ao mesmo tempo, “dramáticas”, e acrescentou que elas são um reflexo da situação de precariedade das “perdidas” tribos indígenas remanescentes, e do perigo que elas enfrentam no contato com a civilização. As fotos mostram índios pintados de vermelho, segurando arcos e flechas, no meio da “selva” (termo usado pelo jornal).
A notícia, intitulada “Descoberta de tribo amazônica levanta dilema sobre convívio”, aborda a questão sobre se tribos como essa devem continuar mantidas incomunicáveis. A resposta do um expert americano em Amazônia, Thomas Lovejoy é de que não. Para ele, o contato e a mudança devem ser estabelecidos, porém em um ritmo conduzido pelos próprios índios.
A tribo fotografada vive no Acre, na fronteira entre o Brasil e o Peru. Segundo a notícia, esta área abriga mais de 50 tribos incomunicáveis, das 100 estimadas de existirem ainda no mundo. Também de acordo com a matéria, estas tribos estão em perigo, principalmente do lado peruano, onde, observa, o reconhecimento das áreas de proteção indígenas é mais lento.
Em depoimento à rede americana, José Carlos Meirelles, oficial da Agência Brasileira de Proteção Indígena, diz que as tribos devem permanecer sozinhas o maior tempo possível; e acrescenta “Enquanto estivermos recebendo flechas na cara, está bom, no dia em que forem bem comportados, eles estão acabados”.
A notícia lembra que o contato de índios com o desenvolvimento já foi bastante desastroso para o Brasil, que hoje contabiliza cerca de 350 mil índios, comparados com os cinco milhões que existiam na época que os primeiros europeus chegaram.
Em minha opinião, deixemos os índios em paz. Não vamos deixar que os americanos queiram também tomar “posse” deles, e colonizá-los.
Fonte: ABC News

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Amazônia em foco II

Há aproximadamente um mês publiquei neste blog uma notícia sobre a Amazônia, que abordava a proposta de uma lei de vigilância sobre as pessoas que transitam por lá. Agora, a Amazônia entra mais uma vez em pauta. Na semana passada, uma reportagem divulgada pelo respeitado jornal norte-americano, The New York Times, provocou polêmica e grande repercussão nacional. A matéria intitulada “De quem é a Amazônia, afinal?”, sugere que o território amazônico é patrimônio internacional, e não apenas brasileiro.
A reportagem, repleta de tiradas irônicas, inicia dizendo que o Brasil, há muito tempo, tem olhado atenta e nervosamente (!!) para o território vasto e em sua maioria desabitado, que é a Floresta Amazônica. A matéria diz que desde os anos 60 e 70, a colonização da Amazônia é vista como uma prioridade de segurança nacional e que o nosso lema é “Ocupar para não entregar”. Desta forma, cita que construímos estradas e recebemos incentivos para transformar a Amazônia em nome do desenvolvimento. Ok. Isto é verdade. Mas para o periódico, existe muito mais escondido por trás do nosso nervosismo (como gostam de classificar a nossa atenção pela Amazônia), do que apenas uma teoria da conspiração.
Um trecho, talvez o mais absurdo da reportagem, afirma que com as promessas de biodiversidade e perigos do aquecimento global, “um coro de líderes internacionais está declarando a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território”. Para piorar, é citada uma declaração feita pelo famoso ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Al Gore, em 1989, na qual ele diz que ao contrário do que nós brasileiros pensamos, a Amazônia não é nossa propriedade, e sim pertence a todos. Será que os americanos não vão parar de insistir nesta história? E que tantos “líderes internacionais” são esses que clamam pela Amazônia? Se não me engano, até hoje esta discussão foi sempre suscitada por nossos amigos yankees. Pelo menos a matéria revela que tais comentários acima citados não são bem vistos por aqui.
Procurando ainda mais argumentos para sustentar sua teoria, o New York Times, declara que não estamos protegendo bem a Amazônia, o que poderia ser constatado através das notícias de desmatamento que são publicadas e que somos extremamente sensíveis a cientistas estrangeiros trabalhando na Amazônia; e acrescenta que todo o debate em torno desta questão apenas reflete a oposição entre nossos direitos de soberania e o patrimônio mundial (!!).
A reportagem cita a imensa importância da floresta equatorial para o clima mundial, mas tenta jogar uma imensa culpa em nós, dizendo que as queimadas e decomposições das árvores cortadas por causa do desenvolvimento são responsáveis por quase metade da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Tudo bem, sabemos que devemos tomar mais cuidado com as explorações ilegais e excessivas da Amazônia, mas será que eles sabem que são os maiores poluidores de todo o planeta?
Em fim, a reportagem continua desesperadamente tentando convencer seu leitor de que a Amazônia é patrimônio global e que nós somos totalmente incapazes de cuidar dela. A notícia sofreu tamanha repercussão, que o Presidente Lula, se manifestou. “‘A Amazônia brasileira tem dono’”, disse em discurso, e acrescentou: “... ‘engraçado’ que países responsáveis por 70% dos poluentes jogados na atmosfera estejam de olho na Amazônia, como se somente o Brasil fosse responsável por conter a degradação ambiental”. É isso aí, companheiro.
Fonte: The New York Times
Portal G1 - Globo.com
Imagem: The New York Times

domingo, 25 de maio de 2008

Parada do Orgulho Gay é notícia internacional

A famosa Parada Gay ocorrida em São Paulo hoje foi notícia internacional. O portal de notícias Yahoo News noticiou o acontecimento sob o título “Milhões dançam, comemoram e celebram o orgulho gay em parada anual no Brasil”.
“Milhões de pessoas com bandeiras de arco-íris e esbanjando fantasias de carnaval, comemoraram e dançaram durante a Parada Gay, ocorrida na maior cidade da América do Sul neste domingo, celebrando e orgulho e gay e pedindo um fim para a homofobia e o preconceito”, assim inicia a notícia. A notícia relata a presença de gay, lésbicas e travestis na parada que contou com música alta, vinda de mais de 20 trios elétricos, e que aconteceu na Avenida Paulista, definida como “cercada de arranha-céus” e como o “coração financeiro” de São Paulo .
Segundo a notícia, os organizadores esperavam mais de três milhões de pessoas nesta 12ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, considerada tradicionalmente uma das maiores do mundo. Ainda segundo o portal de notícias o departamento de turismo de São Paulo esperava atrair 330 mil turistas, dos quais 5% seriam estrangeiros.
A notícia ressalta que a Parada Gay encerra uma semana cheia de atrações, incluindo A Feira Cultural Gay, o Dia Gay, e o Fórum Internacional GLS.
Fonte: Yahoo News
Foto: Yahoo News

quinta-feira, 22 de maio de 2008

"Pintados e cobertos de penas"

Esta semana o engenheiro da Eletrobrás, Paulo Fernando Rezende, foi ferido com um golpe de facão no braço durante um desentendimento com a tribo indígena Caiapó, por causa de uma discussão a cerca da construção de uma represa hidrelétrica no Rio Xingu. A repercussão tanto aqui no Brasil como na mídia internacional foi grande.
O jornal USA Today divulgou tal acontecimento nesta terça-feira, 20, em notícia sob o título “Índios atacam oficial brasileiro por cause de represa”. A notícia começa relatando que índios pintados e “cobertos de penas” golpearam o engenheiro Paulo Rezende, durante um protesto contra a proposta de construção de uma represa hidrelétrica.
O ataque aconteceu após o discurso do engenheiro, no qual discutiu os impactos que a represa Belo Monte teria sobre as comunidades tradicionais da cidade amazônica de Altamira. Logo após o ataque, Rezende apareceu sem camisa e com uma profunda ferida em seu braço, mas dizia que estava bem, e foi rapidamente levado ao hospital por seus colegas.
Na notícia, um dos integrantes da tribo, Partyk Caiapó, se pronuncia dizendo que Rezende tinha sorte de estar vivo e complementou dizendo que “eles querem fazer a represa, mas agora sabem que não devem”. Depois do ataque, Partyk, que segundo a publicação tinha o rosto pintado de vermelho e não vestia nada mais do que um short azul, e outros indígenas, dançaram e celebraram com facões nas mãos.
Segundo o governo brasileiro a hidroelétrica de quase sete bilhões de dólares suprirá a crescente necessidade energética brasileira. Em seu discurso, Rezende disse que os impactos resultantes da construção da represa não serão tão ruins como os ambientalistas dizem.
Segundo o site do USA Today, a polícia está investigando o acontecido, mas ainda não tem suspeitos. Não ficou claro quem teria cortado Rezende. A notícia também relembra um caso bastante similar, ocorrido em 1989, onde um também engenheiro da Eletrobrás teria sido golpeado no rosto. Na época, depois deste incidente, o Bando Mundial cancelou os empréstimos para o Brasil, destinados à construção de represas.
Casos como este de Rezende, são assustadores. Claro que as represas hidrelétricas com certeza representam riscos para as comunidades indígenas que vivem próximo ao Rio Xingu, e para a biodiversidade. A construção destas tem que ser muito bem estudadas. Porém, isto não justifica a violência cometida contra o engenheiro Paulo Fernando Rezende.

Fonte: USA Today

Foto: USA Today

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Repercussão internacional

Acredito que muitos de vocês (inclusive eu) já estão cansados de ouvir mais e mais notícias sobre o caso Isabella. Não por uma questão de insensibilidade, ou falta de comoção, mas sim por respeito aos familiares e à própria memória da menina Isabella, já tão explorados pela mídia. Todavia, como o objetivo do blog é divulgar as notícias sobre o Brasil que são veiculadas no exterior, não poderia deixar de comentar aqui a grande repercussão que o caso teve no exterior.
O jornal francês Le Monde, foi um entre tantas outras publicações internacionais, que discutiram o caso. O jornal publicou na quinta-feira passada, dia 15, uma interessante notícia sobre a tragédia, na qual não se preocupa tanto em relatar o acontecido, mas sim em analisar a tamanha repercussão causada.
Sob o titulo “O sorriso de Isabella assombra o Brasil”, a notícia inicia descrevendo todo o processo de reconstituição do crime, enfatizando o grande “circo” que foi armado pela polícia brasileira para tal, e a enorme comoção do público para acompanhar. A publicação então revela que este infanticídio gerou uma imensa comoção social em um país que bate recordes de violência, com 50 mil homicídios por ano (!!!). A notícia então compara o caso com o desaparecimento de uma menina inglesa, Madeleine McCann, desaparecida em Portugal, que ocorreu há um ano e provocou semelhante comoção na Inglaterra.
A notícia aponta diversos motivos para o crescente interesse do público pelo caso. O fato de que o casal (pai e madrasta de Isabella) se declara inocente, apesar de tantos indícios de que são culpados é um deles. Outro seria o fato de que os protagonistas da história pertencem à classe média, com o qual muitos brasileiros poderiam se identificar. Como último fermento da comoção pública a notícia cita a presunção e habilidade dos advogados do casal para mantê-los em liberdade por tanto tempo.
O imenso clima de frenesi mantido pela mídia é enfatizado na publicação, que cita o enorme esquema montado pela Rede Globo para cobrir o caso, e lembra que até o Presidente Lula pediu prudência à mídia ao tratar do caso.
A notícia ainda revela dados do Ministério da Saúde, que revelam que no Brasil uma criança de menos de 14 anos é assassinada a cada dez horas e que uma parte desses crimes ocorre no contexto familiar. Ainda segundo estimativas do laboratório de estudos sobre a infância da Universidade de São Paulo (Lacri), menos de 10% dos casos de violência física e psicológica chegam ao conhecimento das autoridades.
A notícia realça que o caso Isabella permite que os brasileiros reflitam sobre as causas dessa violência e os meios de reduzi-la. Além das considerações gerais (pobreza, falta de educação, distúrbios familiares), os especialistas do Lacri lembram que a violência contra as crianças faz parte da cultura brasileira. O castigo corporal continua sendo para muitos pais um método pedagógico eficaz e legítimo.
Hoje os nossos esforços se concentram na prevenção, segundo a notícia. Um "número verde" permite que qualquer pessoa indique anonimamente por telefone as agressões contra crianças que tenha presenciado. Em 2007 foram recebidas cerca de duas mil denúncias desse tipo. A publicação então revela que em 29 de março vários vizinhos da família de Isabella ligaram para o número de emergência. Mas era tarde demais.
Espero sinceramente que a mídia diminua a ênfase que tem dado ao caso Isabella. Podemos ver que até a imprensa internacional já constatou tamanho absurdo. Deixemos que a justiça agora seja feita em paz.
Fonte: Le Monde

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Batalha perdida?

A renúncia da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi e continua sendo manchete de vários jornais e noticiários brasileiros e também tem sido amplamente discutida no exterior. Diversos veículos internacionais vêm criticando a postura do governo brasileiro.
O site do jornal espanhol, El País, divulgou a notícia sob o título “Lula dá as costas para a maior defensora da Amazônia”. A reportagem considera a renúncia de Marina Silva como altamente prejudicial para a imagem internacional do Brasil e para o movimento ecologista. Ressalta também que tanto o Greenpeace como o Comitê Chico Mendes lamentam a saída da ministra.
O acontecimento foi igualmente discutido no site do jornal argentino Clarín, e no site da famosa agência de notícias Reuters.
Sob o título “Presidente brasileiro coloca economia à frente da Amazônia”, a notícia divulgada na Reuters critica certas medidas atualmente tomadas pelo presidente Lula, e elogia a ex-ministra Marina Silva. De acordo com a notícia, Lula, aclamado por ser o primeiro “presidente verde” quando tomou posse, submeteu-se à idéia de que a Amazônia tem que ser desenvolvida de algum modo, conseqüentemente estreitando suas ações ambientais, e se mostrando bastante conservador ultimamente.
A saída de Marina Silva, ativista política, cuja nomeação como Ministra do Meio Ambiente marcou uma ruptura com o passado conservador brasileiro, realça a longa jornada de Lula; de um líder ativista para amigo dos negócios.
Segundo a divulgação da Reuters, a renúncia de Marina Silva acontece em um momento crítico para a maior floresta equatorial do mundo, cujos recursos naturais vêm sendo pressionados pelo aumento no preço mundial dos alimentos e na demanda de energia.
A notícia relata o crescente isolamento da ex-ministra dentro do time de Lula, já que ela era contra diversas questões apoiada pelo governo como alimentos geneticamente modificados, energia nuclear e bicombustível. A gota d’água causadora da renúncia teria sido a decisão do presidente Lula em nomear Robert Mangabeira, Ministro dos Assuntos estratégicos, para cuidar do Plano Amazônia Sustentável, deixando de lado Marina. Em sua carta de renúncia, Marina diz que o principal motivo para sua decisão é a dificuldade que vem tendo em levar adiante a agenda nacional do meio ambiente.
Todos nós perdemos uma grande guerreira nesta batalha pela preservação da Amazônia. Convido a todos para ficarmos de olho no desenrolar desta história e cobrar do governo que cumpra com suas promessas iniciais.
Fonte: Reuters
Clarín
El País
Foto: El País

terça-feira, 13 de maio de 2008

Diferenças raciais

Encontrei hoje uma notícia interessante no site do famoso jornal norte-americano, The New York Time, sobre as diferenças raciais tão presentes no Brasil. Segundo o jornal o número de negros no país superará o de brancos este ano, mas ressalta que o abismo entre os dois grupos deverá levar mais 50 anos para ser superado.
De acordo com pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil, país que possui a segunda maior população negra do mundo (ficando atrás apenas da Nigéria), está há décadas de atingir uma igualdade racial, mesmo com a aplicação de algumas medidas públicas que visam diminuir este quadro.
O jornal trás alguns dados do Dieese que refletem bem nossas diferenças raciais. Como por exemplo, o fato de que o salário dos negros chega a ser de 50 a 70% menor do que o dos brancos, e o de que os negros ocupam apenas de 3 a 5% das posições de direção nas mais de 500 grandes empresas brasileiras. Outro dado me assustou. De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2004, a diferença de renda entre brancos e negros no Brasil é maior do que a existente na África na época do Apartheid.
A notícia cita também, a política de cotas implantada nas universidades públicas, que tem “ajudado” a ameniza tanta desigualdade. Inclusive a problemática desta política de cotas é observada pelo jornal, que cita esta medida como complicada já que no Brasil a mistura racial é muito forte, e exemplifica mostrando que pessoas de pele clara acabam tomando o lugar de negros nas cotas. O que o jornal parece desconhecer é que as cotas não utilizam como critério apenas a etnia, mas também a escolaridade do candidato.
Em depoimento para o NYT, o Ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, disse que considera a luta contra a escravidão no Brasil uma das mais bonitas, mas que ela não incluiu medidas que garantissem os direitos humanos para os negros.
Esta pesquisa do governo, de acordo com a notícia, foi lançada hoje (13/05), para coincidir com o aniversário de 120 anos da abolição no Brasil. Em 1888, o Brasil foi o último país ocidental a abolir a escravidão. Segundo a pesquisa, em 1890 os negros constituíam 56% da população brasileira, mas este número caiu para 36% em 1940. Já em 1976 a população branca seria de 57% contra 40% de negros e mestiços. A pesquisa revela que este a população de negros superará os 50%.
A comunidade internacional está alerta para a desigualdade racial brasileira. Por quanto tempo muitos de nós continuará a fingir que ela não existe?

Fonte: The New York Times

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O "verdadeiro Rio"

Uma notícia preocupante foi publicada no site do jornal inglês The Guardian, nesta quarta-feira, 7. A notícia abordou o crescente mercado turístico das favelas do Rio de Janeiro, em uma notícia sob o título: “Criminosos, armas e drogas – agora turistas podem ver o “verdadeiro Rio”.
A notícia começa alertando os leitores de que estes poderiam ser desculpados se quando imaginassem um feriado no Rio, logo pensassem em tomar sol na praia de Copacabana, escalar o Pão de Açúcar, ou dançar o samba com a barriga cheia de caipirinha. Porém, a notícia logo anuncia uma nova atração adicionada à lista: posar para fotos ao lado de jovens traficantes segurando armas russas e sacos de cocaína boliviana.
Segundo o The Guardian, a polícia do Rio de Janeiro investiga uma denúncia feita por um jornalista, que diz ter entrando disfarçado na favela da Roçinha, no Rio, e presenciado guias turísticos apresentando ignorantes gringos ao líder da facção e depois visto ambos posando para fotos.
A notícia revela que existem em torno de 600 favelas no Rio, que abrigam milhões de pessoas em situação de pobreza. Também é citado que a maioria dos brasileiros não recomenda a ida às favelas, mas que os turistas, por outro lado, tem demonstrado cada vez mais interesse nesta pobreza escondida. Desde os anos 80, quando os guias turísticos começaram a sugerir formas de entrar sorrateiramente nas favelas, que esse turismo clandestino começou a crescer. Desde então, as agências turísticas oferecem aos turistas a chance de falar com os “nativos”, visitar projetos sociais e comprar autêntico artesanato brasileiro. Hoje, por aproximadamente 30 dólares por pessoa, as agências oferecem transporte aos turistas sedentos por emoção, para uma versão real da Cidade de Deus, em referência ao aclamado filme brasileiro.
O próprio jornalista que escreveu a notícia relata sua experiência de incursão pelas favelas do rio. Ao questionar o guia se este não achava tais visitas, que incluem até fotos segurando as armas dos traficantes, um pouco exageradas, este teria balançado a cabeça rispidamente e dito: “É importante que os turistas conheçam o verdadeiro Rio”.
O que esta notícia relata é bastante interessante. Os veículos internacionais já estão cientes da situação das nossas favelas e dessas visitas turísticas, que de certo modo são perigosas. Agora o governo do Rio e o governo brasileiro têm que tomar uma atitude. Será que realmente é de interesse dos turistas conhecerem o “verdadeiro Rio”, ou será que essa vontade não foi criada pelas agências de turismo e imposta a eles? Uma questão para se pensar.
Fonte: The Guardian
Fotos: Globo.com

terça-feira, 29 de abril de 2008

Rede de televisão britânica aborda prosperidade brasileira

"Enquanto os Estados Unidos balançam na beira de uma recessão, e o Reino Unido luta contra seus próprios problemas econômicos, é fácil esquecer que algumas regiões do mundo estão se expandindo. Bem-vindos ao Brasil”. Assim começa a reportagem publicada pela BBC News (British Broadcasting Corporation) nesta segunda-feira, 28, sobre a emergente economia brasileira.
A extensa reportagem elogia a riqueza natural brasileira, critica nosso sistema de cobrança de impostos, nossas taxas, relata nosso crescimento massivo, e diz que quem mais ganha com ele são as classes privilegiadas.
Segundo a reportagem o Brasil faz parte sim do BRIC – grupo chave de economias em crescimento no mundo, do qual também participam Rússia, Índia e China – já que possui um crescimento saudável, uma grande população e abundância de recursos naturais. A agricultura brasileira é enfatizada devido à sua grande expansão, e à elevada produção de etanol e exportação de suco de laranja.
A economia brasileira é caracterizada como equilibrada. Os créditos ao consumidor e as hipotecas, dois setores que estão dando dores de cabeça aos EUA e Reino Unido, são citados como em situação favorável no Brasil, apesar dos nossos “horrendos” impostos, como cita a publicação. Nosso sistema de taxação também recebe adjetivos como “embaraçoso” e “desajeitado”.
A grande desigualdade social brasileira não poderia ficar de fora. A reportagem mostra de um lado a crescente classe rica, freqüentadora das luxuosas lojas de São Paulo, e do outro as favelas, conjuntos habitacionais considerados “impossíveis de serem erradicados”. A reportagem expõe que o dinheiro resultante desse crescimento não atingiu ainda as camadas mais baixas, mas diz que “a riqueza está com certeza sendo criada”. “O Brasil está seguindo bem seu caminho para tornar-se uma economia desenvolvida” conclui a publicação.

Sempre fico feliz em saber que nosso país inspira interesse lá fora. Esta reportagem, por exemplo, mostra que houve certo trabalho de pesquisa sobre o nosso país e me dá uma sensação de reconhecimento e notoriedade dos nossos progressos.

Fonte: BBC News

Foto: BBC News

sábado, 26 de abril de 2008

Amazônia em foco

A Amazônia foi o foco de notícias de diversos veículos internacionais nestes últimos dias. Uma nova proposta de lei, na qual o governo brasileiro exigiria que todos os visitantes estrangeiros e trabalhadores da Amazônia portassem uma autorização para tais fins, gerou polêmica.
Segundo Romeu Tuma Jr., secretário da Justiça Nacional, em entrevista à Associated Press (agência de notícias), essa nova legislação tem como objetivo prevenir interferências internacionais e usos ilegais dos recursos naturais do local. Aqueles que não portarem tal permissão seriam multados em até 60 mil dólares. Tuma disse que a proposta visa estabelecer a Amazônia como nossa, e acrescenta que “nós queremos que o mundo visite a região. Mas queremos que ele nos diga quando virão e o que irão fazer”.
A BBC News em sua notícia, mostra indícios de que não concorda com tais medidas. Em sua reportagem, são usados argumentos de cientistas que advertem que a nova lei poderia ter impacto negativo nas pesquisas e que forçaria os cientistas a pesquisar em outro local. Pergunto-me se isso realmente iria acontecer. Afinal, se tais pesquisas são realmente sérias e legais, qual seria o problema em apenas ter que adquirir uma permissão para entrada na Amazônia?
A nova lei estabelece que a autorização requerida seria necessária para diversos tipos de atividades, desde turismo às viagens de negócios, e que iniciativas brasileiras na floresta também estariam sujeitas a obter permissões.
Outras notícias como a divulgada pelo ABC News, expõe o crescente medo do governo brasileiro com relação à biopirataria, à apropriação de tradições e conhecimentos indígenas e dos recursos biológicos da maior floresta equatorial remanescente.
Assim como Tuma afirma, acredito que a intenção do governo brasileiro não é criminalizar os visitantes e trabalhadores estrangeiros, mas apenas distinguir os bons dos maus.
Muitos de vocês já devem ter tido acesso a uma mensagem que circula por email, na qual os livros de geografia americanos são criticados por considerar a Amazônia como território internacional, e afirmar que eles seriam os responsáveis por preservá-la. São absurdos como esse que o governo brasileiro tem que evitar. Sou a favor desta nova medida, e acredito que são de mais medidas como essa, que visa à proteção do território amazônico e de seus valiosos recursos naturais (e não a soberania brasileira sobre estes), que precisamos. De outra forma, mais um bem precioso da humanidade pode cair nas garras do imperialismo norte americano.

Fonte: ABC News ; BBC News
Foto: www.sindareia.com.br

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Blog americano relembra seqüestro e elogia candidato à prefeitura do Rio de Janeiro

Fernando Gabeira, político candidato à prefeito do Rio de Janeiro pelo Partido Verde, foi alvo de muitos elogios no Huffington Post (influente blog americano), em notícia que anunciava sua candidatura. Gabeira é classificado na notícia como um político honesto, ético e não corrupto, qualidades essas, citadas como em escassez no governo brasileiro.
A notícia também relembra o seqüestro do embaixador norte-americano no Brasil, ocorrido em 1969, do qual Gabeira participou. Nesta época, Gabeira, então jornalista, atuava no Movimento Revolucionário MR8 em ações contra a ditadura instalada. A notícia chama bastante a atenção para o fato de que os Estados Unidos apoiou a tomada do poder pelos militares brasileiros, uma vez que considerava o presente governo de Goulart "perigoso" para a segurança do hemisfério.
A notícia contesta (fato que achei bastante interessante) a classificação que muitas pessoas dão ao seqüestro, como sendo um ato terrorista. O ponto de vista exposto é o de que o seqüestro com certeza não foi pior do que a ajuda indireta dada pelos EUA para a derrubada da democracia brasileira e conseqüente implantação de uma ditadura, à qual denomina facista. Para o blog, os EUA ainda devem um pedido de desculpas aos cidadãos brasileiros.
A vida política de Gabeira é narrada como sendo marcada pelas suas lutas a favor dos direitos das mulheres e dos homossexuais, pela proteção ao meio ambiente e pela desciminalização da maconha. Segundo a notícia, apesar do crescimento econômico do Brasil, o Rio de Janeiro está dominado pela criminalidade, pelas fevelas e pela falta de infra estrutura. Para o blog, Gabeira é o tipo do político honesto e progressista de que o Rio está precisando.
Um ponto curioso é citado na notícia; Gabeira não tem permissão para tirar o visto americano desde o seqüestro! O que é uma vergonha, já que, segundo o blog, se o Brasil perdoou os Estados Unidos, este poderia muito bem viabilizar o visto para Fernando Gabeira. Ao fim da nota, Gabeira é mais uma vez elogiado como sendo uma brilhante esperança para uma cidade em dificuldades.
O que me surpreendeu mais na notícia foi a posição tomada pelo blog de defesa à Fernando Gabeira e pelo grande conhecimento (correto) mostrado a cerca do Brasil. Me agrada saber que nem tudo que é publicado sobre o Brasil são distorções. São de críticas construtivas, como esta feita pelo blog, que precisamos.

Fonte: The Huffington Post
Foto: Site da Unicamp

quarta-feira, 23 de abril de 2008

BEM-VINDOS!



Olá a todos!

Sejam bem-vindos ao Satélite BraZil! Criei este blog com o intuito de divulgar e analisar as mais variadas notícias sobre o nosso país que são veiculadas nos meios de comunicação internacionais. Muitas pessoas pensam que o Brasil não está presente nos noticiários internacionais, e que nossos acontecimentos são pouco relevantes para o exterior. É verdade que, os famosos meios de comunicação de todo o mundo não são todos os dias bombardeados por notícias sobre o nosso país. Porém nós temos sim, nosso lugarzinho e relevância na mídia internacional. Serão postados aqui, acontecimentos relacionados ao mais variados interesses sociais, de política à cultura, que chamaram a atenção e foram veiculados na imprensa internacional. Será também sempre feita uma análise sobre a imagem que tais notícias passam do Brasil, através da forma como são noticiadas, para a comunidade internacional.

Sintam-se à vontade para discutir as postagens, e fornecer sugestões!

Boa tarde!